Notícia
Pesquisadores desenvolvem bioprocesso para remoção de microplásticos em estações de tratamento de águas residuais
Trabalho evidencia que efluentes industriais não são os que apresentam maior contribuição para a contaminação por microplásticos quando comparados com efluentes domésticos em ETAs
Pavel Hrdlička via Wikimedia Commons
Fonte
Universidade de Coimbra
Data
sexta-feira, 12 maio 2023 06:25
Áreas
Biologia. Biotecnologia. Engenharia Ambiental. Gestão de Resíduos. Hidrologia. Microbiologia. Qualidade da Água. Química. Saneamento. Saúde. Sociedade. Tecnologias. Toxicologia.
Pesquisa liderada pela Universidade de Coimbra, em Portugal, evidencia que os efluentes industriais não são os que apresentam maior contribuição para a contaminação por microplásticos quando comparados com efluentes domésticos provenientes de Estações de Tratamento de Águas Residuais (ETARs) – no Brasil, também chamadas de Estações de Tratamento de Efluentes (ETEs). Os pesquisadores envolvidos estão desenvolvendo um bioprocesso à base de resíduos agroflorestais para a remoção destas partículas.
O estudo, que tem como principal objetivo perceber qual o potencial de contaminação proveniente de efluentes industriais após tratamento nas estações de tratamento interno das empresas, está sendo desenvolvido por uma equipe de pesquisadores do Departamento de Engenharia Química (DEQ) da Faculdade de Ciências e Tecnologia (FCTUC) da Universidade de Coimbra, no âmbito do projeto Make water cleaner.
De acordo com Solange Magalhães, doutoranda do Centro de Investigação em Engenharia dos Processos Químicos e dos Produtos da Floresta (CIEPQPF) do DEQ, “já foi possível identificar qual a composição dos principais microplásticos encontrados, sendo que o mais abundante nos efluentes das diferentes indústrias é o polietileno tereftalato (PET), um polímero largamente usado em diferentes indústrias”.
Verificou-se ainda que “as propriedades físico-químicas dos microplásticos encontrados indicam que, na sua maioria, estes apresentam carga de superfície negativa, pelo que os biofloculantes que estão sendo desenvolvidos e que foram obtidos a partir de resíduos agroflorestais e de biomassa proveniente de espécies invasoras, promovem uma eficiente floculação e, posteriormente, remoção dos efluentes”, explicou a pesquisadora da FCTUC, acrescentando que a floculação é uma etapa essencial no tratamento tradicional de efluentes, muito utilizada nas ETAR’s.
Dado o elevado consumo de plásticos e o pouco cuidado por parte dos usuários em fazer uma correta separação e encaminhamento para reciclagem, a contaminação do meio ambiente por microplásticos tornou-se um problema emergente em todo o mundo. Portanto, para a equipe da FCTUC, “todas as tecnologias que permitam minimizar essa problemática têm elevado interesse em nível ambiental e social. A valorização de um resíduo de biomassa e o desenvolvimento de um produto que previne a contaminação ambiental, evitando o uso de compostos de origem sintética, tem também um alto impacto”, concluiu a Dra. Solange Magalhães.
O projeto Make water cleaner, financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) de Portugal, conta também com a participação de pesquisadores do Instituto Mediterrâneo para a Agricultura, Ambiente e Desenvolvimento (MED) da Universidade do Algarve, em Portugal, e do Centro de Investigação FSCN da Universidade do Centro da Suécia.
Acesse a notícia completa na página da Universidade de Coimbra.
Fonte: Sara Machado, FCTUC/Universidade de Coimbra. Imagem: Tratamento Central de Águas Residuais de Praga, na República Tcheca (2022). Fonte: Pavel Hrdlička via Wikimedia Commons.
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