Destaque

Estressores humanos e naturais ameaçam ecossistemas do solo em todo o mundo

Fonte

Universidade Livre de Berlim

Data

sexta-feira, 31 março 2023 17:40

Para sobreviver, solos e ecossistemas terrestres em todo o mundo devem enfrentar uma ampla gama de estressores naturais e humanos. Isso inclui secas, aquecimento e exposição a substâncias químicas nocivas, incluindo microplásticos. Não é apenas o tipo de estressor, mas também o número deles (em particular os causados pela atividade humana) que afetam negativamente vários processos no solo.

Ao analisar estatisticamente dados globais, cientistas determinaram que vários estressores naturais e humanos estão reduzindo os níveis de biodiversidade e limitando os ecossistemas do solo. O número e a combinação específica desses estressores são fatores determinantes nessa interação. Essa é a conclusão a que chegou uma equipe internacional de cientistas liderada pelo Dr. Matthias Rillig, professor de Biologia da Universidade Livre de Berlim, na Alemanha. Os resultados foram publicados na revista científica Nature Climate Change.

“Nossos estudos anteriores baseados em laboratório mostraram que um número crescente de fatores de mudança global levou a uma redução nos processos do solo, como decomposição, agregação do solo e respiração do solo, bem como a uma redução em sua biodiversidade”, disse o professor Matthias Rillig, chefe da equipe de pesquisa, que também incluiu o ecologista Dr. Manuel Delgado-Baquerizo, pesquisador do Instituto de Recursos Naturais e Agrobiologia de Sevilha (IRNAS), na Espanha.

A equipe de pesquisa analisou duas pesquisas de campo padronizadas globais sobre solos e uma série de fatores naturais e humanos conhecidos por afetar os ecossistemas do solo. “Nosso estudo avaliou os ecossistemas do solo categorizando quinze variáveis do ecossistema em seis tipos principais de serviços ecossistêmicos: decomposição da matéria orgânica, biodiversidade do solo, controle de patógenos, produtividade vegetal, regulação da água e ciclagem de nutrientes. Para os fins do estudo, definimos sete importantes variáveis ambientais como estressores, que foram escolhidos com base no potencial de causar estresse ambiental quando atingem níveis elevados: aridez, temperatura, sazonalidade, salinidade, distância do pH neutro, níveis de metais pesados e influência humana. Também levamos em consideração o nível de pesticidas e microplásticos no solo, pois havia dados disponíveis sobre eles para um subconjunto de locais em uma das pesquisas de campo globais”, explicou o Dr. Rillig.

Para investigar o número de estressores como parâmetros no estudo, os dados globais das pesquisas de campo tiveram que ser convertidos em uma variável que refletisse o número de fatores. Para fazer isso, os pesquisadores contaram o número de estressores ambientais que ultrapassaram um determinado valor limite. O número de estressores foi considerado como tendo ultrapassado um limite quando estes excederam 75% dos níveis máximos de estressores. A investigação demonstrou que um aumento no número de fatores acima de um certo limite reduziu a capacidade dos solos de suportar serviços ecossistêmicos.

“Esse número crescente de estressores que excedem o limite pode explicar as reações do solo que, até o momento, não podiam ser atribuídas apenas ao tipo de estressor”, explicou o professor Rillig. Além disso, os resultados do estudo demonstraram que “os humanos devem reduzir seu impacto nos ecossistemas, diminuindo o número de fatores que afetam negativamente os processos e a biodiversidade do solo”. A combinação de influências humanas afeta coletivamente os processos do solo e a biodiversidade do ecossistema do solo. “Se a extensão desse problema, ou seja, o número de estressores que ultrapassam um limite crítico, não for reduzido, corremos o risco de perder importantes serviços ecossistêmicos”, alertou o pesquisador.

Ao mesmo tempo, o Dr. Matthias Rillig observou que o estudo teve uma abordagem principalmente observacional. Isso significa que os pesquisadores foram capazes de descobrir padrões, mas não puderam tirar conclusões diretas sobre a causalidade. Pesquisas adicionais serão necessárias para explicar a conexão entre o número de estressores e a reação do ecossistema. Os efeitos de múltiplos fatores simultâneos em outros tipos de ecossistemas (por exemplo, sistemas aquáticos) também podem ser futuras linhas de pesquisa.

Acesse o artigo científico completo (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Universidade Livre de Berlim (em inglês).

Fonte: Comunicação e Marketing, Universidade Livre de Berlim.

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