Destaque
Aplicativo desenvolvido na Espanha permite identificar madeira por meio de celulares com auxílio de inteligência artificial para facilitar o controle do comércio de madeira
Ajudar a regulamentar o comércio do setor madeireiro em nível nacional e internacional, dotando os usuários, despachantes aduaneiros e órgãos e forças de segurança do Estado, especialmente os com poderes para controlar o tráfico de espécies protegidas, de uma ferramenta que lhes permita estabelecer uma alerta quando se deparam com uma carga que apresenta dúvidas sobre a espécie da madeira. Esse é o objetivo do ‘Grupo Operacional de Identificação e Inteligência Artificial da Madeira’ (GO IMAI), cujo trabalho se encerra com a apresentação de um aplicativo para dispositivos móveis baseado em inteligência artificial que facilitará o controle do comércio de madeira.
Os resultados do projeto foram apresentados na Real Academia de Engenharia, em Madri, por Elsa Enríquez Alcalde, subdiretora-geral de Política Florestal e Combate à Desertificação do Ministério para a Transição Ecológica e o Desafio Demográfico da Espanha; Dr. Luis García Esteban, diretor da ETSI Montes Florestal e Ambiente Natural; Dr. Francisco Herrera Triguero, professor de Ciência da Computação e Inteligência Artificial da Universidade de Granada; Alberto Romero Cagigal, Secretário Geral da Associação Espanhola de Comércio e Indústria de Madeira, e Jesús Gálvez Pantoja, Tenente Coronel e Chefe da Unidade Operacional Central de Meio Ambiente, da SEPRONA-Sede da Guarda Civil. Durante o evento, a Dra. Rosana Montes Soldado, professora do Departamento de Linguagens e Sistemas Informáticos da Universidade de Granada, fez uma demonstração do aplicativo desenvolvido.
A Universidade Politécnica de Madri, a Universidade de Granada e a Associação Espanhola de Comércio e Indústria de Madeira (AEIM) compõem a GO IMAI, cujos resultados representam um avanço notável na transparência do comércio internacional de madeira. O Grupo Operacional IMAI iniciou os seus trabalhos em maio de 2021 e é cofinanciado pelo Ministério da Agricultura, Pescas e Alimentação e pelo Fundo Europeu Agrícola de Desenvolvimento Rural (FEADER), no âmbito da Call for Innovation Projects 2020, na qual obteve a mais alta avaliação de todas as iniciativas apresentadas.
Necessidade do projeto
O projeto nasce da necessidade dos despachantes aduaneiros, fiscais da Administração e das forças de segurança do Estado, em especial o Serviço de Proteção à Natureza da Guarda Civil na Espanha, de ter acesso a uma ferramenta que permita estabelecer um alerta precoce contra os embarques suspeitos de madeira do comércio ilegal.
Atualmente, a identificação da madeira apenas em nível macroscópico não é possível e requer a intervenção de pessoal altamente especializado para uma identificação com garantias e para utilização especializada. Diante disso, a combinação de conhecimentos em anatomia macroscópica da madeira e inteligência artificial tem permitido aos pesquisadores do GO IMAI trabalhar na concepção e implementação de uma ferramenta que facilite essa identificação pelos próprios agentes de forma simples e rápida.
O projeto procura ainda dar resposta a outros desafios sociais, contribuindo para a conservação das florestas, da sua biodiversidade e contribuindo assim para a mitigação dos efeitos das alterações climáticas. Os efeitos ambientais da extração ilegal de madeira incluem desmatamento e perda de biodiversidade. O Banco Mundial estima que os governos de todo o mundo perdem entre US$ 10 e US$ 15 bilhões por ano com a extração ilegal de madeira.
Da mesma forma, estimativas do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas indicam que o desmatamento global influencia negativamente as mudanças climáticas, uma vez que responde por 15% a 20% das emissões globais de gases de efeito estufa.
Essa situação reforça a necessidade de se evitar o comércio de madeira na origem e no destino sem a comprovação de sua legalidade. Nesse sentido, o aplicativo móvel desenvolvido permite que as autoridades tenham um recurso gratuito para controlar o cumprimento das regulamentações sobre o comércio internacional de madeira, tanto no que diz respeito ao Regulamento Europeu de Madeira (EUTR), que será substituído pelo Regulamento Europeu contra o Desmatamento (EUDR), como em relação à Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas de Fauna e Flora Selvagens (CITES). Da mesma forma, também será uma excelente ferramenta para profissionais do setor, pesquisadores e amadores.
Acesse a página do ‘Grupo Operacional de Identificação e Inteligência Artificial da Madeira’ (GO IMAI) (em espanhol).
Acesse a notícia completa na página da Universidade Politécnica de Madri (em espanhol).
Fonte: Universidade Politécnica de Madri.
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