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Estudo prevê extinção de espécie da caatinga caso mudanças climáticas se agravem

Fonte

Agência UFC

Data

quinta-feira, 12 janeiro 2023 19:35

Em estudo realizado por pesquisadores do Instituto de Ciências do Mar (LABOMAR) da Universidade Federal do Ceará (UFC), uma importante representante da biodiversidade da caatinga ganhou protagonismo: a espécie Holoregmia viscida, planta com forte ligação ao clima semiárido. A pesquisa constata que a espécie pode chegar à extinção por conta das mudanças climáticas globais.

A planta Holoregmia viscida, cujo gênero é endêmico da caatinga, existindo somente nesse bioma. Fonte: Sinzinando Albuquerque de Lima.

Apesar de o gênero Holoregmia ser endêmico da caatinga, existindo somente nesse bioma e tendo evoluído para se adaptar a ele, a extinção da espécie é um cenário possível de acontecer em menos de um século diante de um agravamento da situação climática global, de acordo com o que o estudo da UFC projetou.

Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores utilizaram a chamada modelagem preditiva de distribuição de espécies, tipo de modelo matemático que utiliza algoritmos e variáveis ambientais para prever como estará o nicho de determinada espécie em um espaço de tempo específico.

Foram considerados para a modelagem tanto períodos passados, especificamente o Holoceno e o Pleistoceno, quanto presentes e futuros, neste último caso em diversos cenários de mudanças climáticas. O objetivo foi comparar a área adequada à ocorrência da espécie H. viscida de acordo com as mudanças climáticas ao longo de diferentes janelas temporais.

A possibilidade de extinção da espécie surge a depender do cenário futuro avaliado, mudando conforme se altera o nível de emissão de gases que contribuem para o aquecimento global. No pior deles, em que o uso de combustíveis fósseis e a consequente emissão desses gases segue aumentando, a expectativa é de redução drástica da espécie até 2060 e extinção em até 20 anos depois.

Considerando um cenário em que a emissão de gases permaneça como está e as mudanças climáticas não se agravem, ainda assim é prevista uma redução de cerca de 57% da área de cobertura da espécie até 2060 e de 80,62% até 2090. As porcentagens caem para 45,69% e 49,22%, respectivamente, em cenário otimista, com baixa emissão de gases.

“Embora [a Holoregmia viscida] seja adaptada ao clima semiárido da caatinga, o aquecimento global pode tornar as áreas da caatinga mais secas, portanto menos adequadas para a sobrevivência da espécie”, explicou o professor Dr. Marcelo Moro, pesquisador do LABOMAR e um dos responsáveis pela pesquisa.

“Nosso estudo mostrou que, se os cenários mais graves de aquecimento global ocorrerem, isto é, se a humanidade não reduzir a emissão de gases de efeito estufa, nosso semiárido vai ficar mais seco e inadequado mesmo para plantas que são adaptadas a ele”, concluiu o pesquisador.

Os resultados foram publicados na revista científica Plant Ecology and Evolution.

Acesse o artigo científico completo (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Agência UFC.

Fonte: Kevin Alencar, Agência UFC. Imagem: A planta Holoregmia viscida é endêmica da caatinga, existindo somente nesse bioma. Fonte: Sinzinando Albuquerque de Lima.

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