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Especialistas destacam o que pode ser feito para a redução de emissões na área da saúde

Pesquisadores destacaram a necessidade de identificar com precisão a pegada de carbono das intervenções de saúde digital para ajudar a avançar para uma saúde mais sustentável do ponto de vista ambiental

Getty Images

Fonte

Universidade Monash

Data

terça-feira, 8 novembro 2022 06:55

Áreas

Cidades. Energia. Engenharia Ambiental. Gestão Ambiental. Governança Ambiental. Mudanças Climáticas. Saúde. Sociedade. Sustentabilidade. Tecnologias.

O setor de saúde é o quinto maior contribuinte da poluição planetária. A adaptação de tecnologias de saúde digital como telessaúde, registros eletrônicos de saúde, uso de inteligência artificial (IA) e internet das coisas ajudaria a reduzir as emissões de carbono no setor.

Publicada recentemente na revista científica Journal of the American Medical Informatics Association, uma nova pesquisa revisou 3.299 estudos e descobriu que em todo o mundo não existem ferramentas ou métodos padrão para medir a pegada de carbono das intervenções de saúde digital.

Além disso, as abordagens atuais de avaliação de impacto ambiental para tecnologias digitais de saúde são fragmentadas e tendem a se concentrar em um único componente da tecnologia, por exemplo, o consumo de energia, em vez do impacto geral do projeto, da implementação ao descarte.

A Dra. Zerina Tomkins, pesquisadora principal do estudo e professora da Escola de Enfermagem e Obstetrícia da Universidade Monash, na Austrália, disse que governos, hospitais e profissionais de saúde desejam reduzir as emissões do setor, mas precisam das ferramentas certas para implementar mudanças sustentáveis.

“A pandemia da COVID-19 pressionou significativamente o setor de saúde e forçou a adoção urgente de tecnologias de saúde digital em todo o mundo”, disse a professora.

“Isso levou a mudanças nos modelos de atendimento e, embora possamos ver que houve uma redução na emissão de carbono associada ao uso da telessaúde, as equipes de saúde não avaliaram prospectivamente o impacto ambiental geral das tecnologias digitais de saúde utilizadas para entregar esses serviços. Para criar um impacto de longo prazo para reduzir as emissões de carbono dos cuidados de saúde, é preciso haver uma maneira transparente, padronizada e acessível de avaliar os impactos ambientais ao longo de todo o ‘ciclo de vida’ da intervenção em saúde digital, incluindo tecnologias de saúde digital em nível de sistemas, antes de sua implementação em ambientes de saúde”, continuou a pesquisadora.

Os pesquisadores disseram que as avaliações de impacto ambiental das tecnologias de saúde digital precisam considerar o tipo de tecnologia usada, o projeto de intervenção em saúde digital, a fabricação e o descarte da tecnologia. Eles também precisam considerar como a tecnologia está sendo usada, como ela está transformando a prática clínica e os resultados dos pacientes e seu impacto na organização.

O Dr. Chris Bain, professor e especialista em Saúde Digital da Faculdade de Tecnologia da Informação da Universidade Monash, disse que as tecnologias de informação e comunicação também contribuem para as emissões de carbono por meio da energia usada para processamento e armazenamento de dados, descarte inadequado de lixo eletrônico, poluição ambiental por produtos químicos tóxicos de lixo eletrônico, e outras ações.

“Líderes e tomadores de decisão no setor de saúde precisam ter o conhecimento certo por meio de ferramentas e estruturas validadas e transparentes padronizadas em vários idiomas, para que possam identificar as tecnologias de saúde digital certas para trazer mudanças sustentáveis”, destacou o professor Chris Bain.

Os pesquisadores enfatizaram que, para mudar a avaliação da pegada de carbono das tecnologias digitais de saúde, os tomadores de decisão devem implementar uma avaliação ambiental baseada em sistemas de ponta a ponta.

O foco futuro da equipe de pesquisa é desenvolver uma estrutura e ferramentas associadas para incentivar todos os níveis do setor de saúde – incluindo órgãos governamentais, líderes, organizações e profissionais de saúde – a projetar, desenvolver e implementar soluções de saúde digital mais ecológicas.

O estudo foi liderado pela Universidade Monash em colaboração com pesquisadores da Universidade de Melbourne e da Universidade Flinders, também na Austrália, da Universidade da Colúmbia Britânica e Universidade de Regina, no Canadá, da Universidade de Turku, na Finlândia, e da Benemérita Universidad Autónoma de Puebla, no México.

Acesse o artigo científico completo (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Universidade Monash (em inglês).

Fonte: Teju Hari Krishna, Universidade Monash. Imagem: Getty Images.

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