Destaque

Plantas ornamentais: projeto investiga potencial da flora brasileira

Fonte

UEL | Universidade Estadual de Londrina

Data

sábado, 29 outubro 2022 19:35

Considerado megadiverso, o Brasil é o país que detém a maior biodiversidade do mundo. Pesquisas apontam que existem aproximadamente 390 mil espécies de plantas no planeta, sendo mais de 46 mil encontradas em solo brasileiro. Apesar de toda essa variedade, o mercado de plantas ornamentais nacional ainda é voltado para o exterior. Com o objetivo de conhecer e explorar melhor a flora do país, surgiu o projeto de pesquisa ‘Coleta, Identificação, Cultivo e Propagação de Espécies Ornamentais da Flora Brasileira’, do Centro de Ciências Biológicas (CCB) da Universidade Estadual de Londrina (UEL).

Plantas ornamentais são aquelas cultivadas pela beleza estética. Mas, como se define o que é belo? O Dr. Cristiano Medri, coordenador do projeto e professor do Departamento de Biologia Animal e Vegetal da UEL, explicou que existem metodologias objetivas para definir se uma planta é ornamental ou não, de modo que algumas espécies se destacam em relação a outras, seja por suas flores, folhagens ou formatos.

Para encontrar essas espécies com potencial ornamental, o projeto selecionou alguns pontos de busca e coleta no Paraná e em outros lugares do Brasil. No momento, os principais locais de trabalho são o topo do Morro da Pedra Branca, na Serra do Cadeado, no Norte do Paraná, e o Distrito de Lerroville. Também já foram feitas coletas em Guaraqueçaba, Pontal do Paraná, Ilha do Mel, Paraty (RJ) e no Parque Nacional de Itatiaia (RJ). Após o descobrimento e seleção dessas espécies, é iniciada a etapa de experimentos de domesticação, visando encontrar meios de cultivar, multiplicar e fazer com que elas sobrevivam fora do habitat.

“Nós tiramos essas espécies da natureza com autorização dos órgãos ambientais, em uma quantidade pequena, para fazer esses experimentos. Mas como fonte para o comércio, o habitat não pode ser, porque isso se caracterizaria em uma extração predatória. Se a gente ficar tirando do habitat, em 10 anos acaba tudo que tem lá, por isso que a gente precisa aprender a multiplicar essas plantas, produzir essas mudas em viveiro para não precisar retirá-las da natureza”, esclareceu o professor Medri.

Em parceria com o professor Dr. Ricardo Faria, do Orquidário da UEL, estão sendo desenvolvidos diversos experimentos em estufas e laboratórios com essas plantas, como a germinação de sementes, propagação através de estacas e diferentes formas de cultivo. O projeto conta, ainda, com um telhado verde, onde também são feitos testes com as espécies descobertas.

Importância ambiental

A partir dos resultados obtidos nesta fase, o projeto pretende, em uma segunda etapa, introduzir as espécies descobertas no mercado ornamental. Para que isso seja possível, os conhecimentos adquiridos serão repassados para produtores, floristas e paisagistas, permitindo que mais pessoas compreendam o potencial das plantas nativas do Brasil.

Além da valorização da biodiversidade brasileira, o professor Medri destacou a importância ambiental do cultivo dessas plantas. “A importância de utilizarmos plantas nativas no paisagismo não é apenas a questão de aproveitar o potencial ornamental das espécies que estão aí. Utilizar plantas nativas no jardim também é ecologicamente importante, porque elas estão envolvidas em relações ecológicas, permitindo que espécies de animais nativos se relacionem com elas.”

Essa interação entre os animais e as plantas nativas brasileiras está sendo investigada em outro estudo da UEL. Junto com um orientando, o Dr. Luiz dos Anjos, professor do Departamento de Biologia Animal e Vegetal, está fazendo um levantamento da interação das aves com o telhado verde e o jardim da casa do professor Medri.

Acesse a notícia completa na página do Portal O Perobal, UEL.

Fonte: Meire Sebastião, Agência UEL.

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