Destaque

Estudo propõe soluções para os mananciais do Sistema Cantareira

Fonte

UFLA | Universidade Federal de Lavras

Data

quinta-feira, 22 setembro 2022 19:20

Pesquisadores da Universidade Federal de Lavras (UFLA), em parceria com o Instituto de Pesquisas Ecológicas (Ipê), estudam há quatro anos os efeitos da gestão conjunta dos recursos água, energia e alimento aos mananciais do Sistema Cantareira, em Minas Gerais e São Paulo. O estudo aponta que as atividades agrícolas realizadas no entorno dos reservatórios podem impactar negativamente na manutenção e produção de água.

O Dr. Bruno Montoani Silva e o Dr. Junior Cesar Avanzi, pesquisadores da Escola de Ciências Agrárias de Lavras (ESAL/UFLA) e o Dr. Rafael E. Chiodi, professor da Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas (FCSA/UFLA) explicam que para não faltar água nos reservatórios nos períodos de estiagem, não basta apenas recuperar as áreas de mata ciliar, aquelas próximas dos cursos d’água, mas também é preciso recuperar as áreas que estão dentro da bacia hidrográfica, ou seja, um pouco mais distantes. Essas são muito importantes para a recarga, que ocorre quando a água, que entra no solo por meio da superfície, alimenta o lençol freático e depois é direcionada para os cursos d’água, e assim, chega ao reservatório.

A pesquisa mostra ainda que as áreas com uso de floresta nativa e reflorestamento com eucalipto têm contribuído mais com o potencial de recarga de água no solo. Além disso, ao estudar os principais tipos de solo da região, os pesquisadores concluíram que os Argissolos Vermelho-Amarelo e com cobertura florestal são os mais importantes para a infiltração de água, por serem melhor estruturados e porosos, em comparação com os demais solo da região. Outro ponto é que a mata nativa e o eucalipto apresentaram maior taxa de infiltração de água em relação às pastagens.

Em relação às taxas de erosão, cerca de 32,5% do Sistema Cantareira apresentaram valores de perdas de solo acima daqueles considerados toleráveis. “A adoção das melhores práticas de manejo em áreas-alvo é mais eficiente para reduzir oscilações temporais na disponibilidade hídrica do que apenas restaurar áreas de mata ciliar. Assim, o incremento da cobertura florestal ciliar, combinado com as melhores práticas de manejo, é uma estratégia interessante no contexto dos pagamentos por serviços ambientais e promoção da sustentabilidade”, destacou o professor Junior Avanzi.

O estudo também alertou para o fato de que a área de contribuição dos reservatórios é ocupada predominantemente por pastagens e eucaliptos, atividades críticas para a conservação dos recursos hídricos do Sistema Cantareira, devido ao modo como são manejadas. “Se o uso e manejo dos solos no entorno não for conservacionista, poderá haver um prejuízo para o produtor rural ao afetar o sucesso dos cultivos, pela compactação, intensificação do déficit hídrico, redução da infiltração de água no solo e aumento nos sedimentos oriundos de processos erosivos que podem assorear esses reservatórios, diminuindo, assim, a sua vida útil”, explicou o professor Bruno Montoani.

Acesse a notícia completa na página do Portal da Ciência da Universidade Federal de Lavras.

Fonte: Greicielle Santos, Portal da Ciência/UFLA.

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