Destaque

Erva comum pode ser ‘super planta’ chave para culturas resistentes à seca

Fonte

Universidade Yale

Data

segunda-feira, 15 agosto 2022 13:50

Uma erva comum, em alguns lugares considerada até erva daninha, contém pistas importantes sobre como criar culturas resistentes à seca em um mundo assolado pelas mudanças climáticas.

Cientistas da Universidade Yale, nos Estados Unidos, descreveram como a Portulaca oleracea, comumente conhecida como beldroega, integra duas vias metabólicas distintas para criar um novo tipo de fotossíntese que permite que a erva resista à seca enquanto permanece altamente produtiva, relataram em artigo publicado na revista Science Advances.

“Esta é uma combinação muito rara de características e criou uma espécie de ‘super planta’ – uma que poderia ser potencialmente útil em empreendimentos como engenharia de cultivos”, disse a Dra. Erika Edwards, professora de Ecologia e Biologia Evolutiva de Yale e autora sênior do artigo.

As plantas desenvolveram independentemente uma variedade de mecanismos distintos para melhorar a fotossíntese, o processo pelo qual as plantas verdes usam a luz solar para sintetizar nutrientes a partir de dióxido de carbono e água. Por exemplo, milho e cana-de-açúcar desenvolveram o que é chamado de fotossíntese C4, que permite que a planta permaneça produtiva sob altas temperaturas. Plantas como cactos e agaves possuem outro tipo chamado fotossíntese CAM, que as ajuda a sobreviver em desertos e outras áreas com pouca água. Tanto a fotossíntese C4 quanto a CAM têm funções diferentes, mas recrutam a mesma via bioquímica para atuar como ‘complementos’ à fotossíntese regular.

O que torna a beldroega única é que ela possui essas duas adaptações evolutivas – o que permite que ela seja altamente produtiva e também muito tolerante à seca, uma combinação improvável para uma planta. A maioria dos cientistas acreditava que C4 e CAM operavam independentemente dentro das folhas da beldroega.

Mas a equipe de Yale, liderada pelos pesquisadores de pós-doutorado Dr. Jose Moreno-Villena e Dr. Haoran Zhou, realizou uma análise espacial da expressão gênica nas folhas de beldroega e descobriu que as atividades C4 e CAM estão totalmente integradas. Elas operam nas mesmas células, com os produtos das reações CAM sendo processados ​​pela via C4. Este sistema fornece níveis incomuns de proteção para uma planta C4 em épocas de seca.

Os pesquisadores também construíram modelos de fluxo metabólico que podem prever o surgimento de um sistema integrado C4 + CAM que espelha seus resultados experimentais.

Compreender essa nova via metabólica pode ajudar os cientistas a criar novas maneiras de projetar culturas como o milho para ajudar a resistir à seca prolongada, disseram os autores.

“Em termos de engenharia de um ciclo CAM em uma cultura C4, como o milho, ainda há muito trabalho a fazer antes que isso se torne realidade. Mas o que mostramos é que os dois caminhos podem ser integrados de forma eficiente e compartilhar produtos. C4 e CAM são mais compatíveis do que pensávamos, o que nos leva a suspeitar que existem muito mais espécies C4+CAM por aí, esperando para serem descobertas”, concluiu a Dra. Erika Edwards.

Acesse o artigo científico completo (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Universidade Yale (em inglês).

Fonte: Bill Hathaway, Universidade Yale.

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