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Metodologia criada pela UFG agiliza identificação de plantas ameaçadas de extinção
Para preservar é necessário conhecer, e os processos de identificação e preservação precisam ser realizados com agilidade, na mesma proporção em que a flora brasileira é extinta. Foi a partir desse pressuposto que uma pesquisa da Universidade Federal de Goiás (UFG) desenvolveu e testou ferramentas e metodologia para agilizar o processo de avaliação de risco de extinção de espécies.
Os métodos, desenvolvidos pelo pesquisador Bruno Ribeiro, do Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Evolução do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) da UFG, agilizam a análise de classificação de risco das espécies e contribuem para a promoção de programas eficazes de conservação e proteção. O estudo está entre as 49 teses selecionadas em todo o Brasil que concorrem ao Prêmio Capes de Tese de 2022.
O pesquisador entende que conhecer melhor os riscos colabora para a elaboração de estratégias para se reverter o quadro. “O princípio para se proteger uma espécie é que ela esteja ameaçada, então, esse é o passo inicial, identificar se a espécie é ameaçada e depois desenvolver programas, ações e estratégias para manejar, para proteger, com o intuito de tirar essa espécie da lista de ameaçadas”, afirmou Bruno Ribeiro.
Em sua tese de doutorado, Bruno testa ferramentas de avaliação rápida para identificação de espécies potencialmente ameaçadas. O pesquisador explica o processo fazendo uma analogia com o procedimento de atendimento em um hospital. “Em termos gerais, é possível agilizar o processo de avaliação de risco numa espécie de triagem, como é feito nos hospitais. Então você pode usar esses métodos de avaliação rápida para separar as espécies não ameaçadas das espécies potencialmente ameaçadas”, explicou o pesquisador. A intenção é identificar de forma assertiva que espécies correm risco e merecem maior atenção para aplicações de proteção e preservação.
Segundo ele, esse processo facilita a ação e faz com que os pesquisadores ganhem tempo frente à extinção de espécies. “Quando se fala em conservação de biodiversidade, é como se fosse uma corrida contra o tempo. Estamos perdendo espécies numa velocidade muito grande, muitas das espécies que a gente perde, a gente nem conhece ainda”, relatou o pesquisador.
De acordo com a União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), apenas cerca de 5% das espécies que existem no planeta foram avaliadas até hoje. Em relação às plantas brasileiras, que foram as protagonistas da pesquisa de Bruno, das 4617 avaliadas, 2113 já estão na lista vermelha, que é a lista que categoriza as espécies como criticamente em perigo, em perigo ou vulnerável.
Bruno Ribeiro relatou que, depois que uma espécie entra para a lista vermelha, é essencial que políticas de conservação sejam desenvolvidas para que não caia no ‘precipício da extinção’. “Se uma espécie está ameaçada, ela dificilmente vai se recuperar sozinha. Se ela está ameaçada e fora de uma unidade de conservação, terra indígena, enfim, totalmente desprotegida, a chance dela sumir é muito maior”, concluiu o pesquisador.
Acesse a notícia completa na página da Universidade Federal de Goiás.
Fonte: Luana Cardoso, Secom/UFG.
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