Notícia

Bactérias encontradas na filosfera podem atuar como sumidouro para a poluição do ar

Pesquisadores desalojaram microrganismos das folhas de azevinho e espinheiro e descobriram que, quando foram selados dentro de um recipiente hermético com monóxido de carbono, o gás tóxico desapareceu gradualmente

Divulgação, Universidade de Warwick

Fonte

Universidade de Warwick

Data

segunda-feira, 30 maio 2022 14:45

Áreas

Biologia. Ecologia. Genoma. Microbiologia. Qualidade do Ar.

As bactérias encontradas nas folhas de espécies de árvores comuns no Reino Unido podem remover o monóxido de carbono tóxico (CO) do ar, de acordo com pesquisadores da Universidade de Warwick.

O monóxido de carbono é encontrado em pequenas quantidades em toda a atmosfera, produzido pela queima incompleta de combustíveis fósseis, bem como por processos naturais. É tóxico para os seres humanos e, como poluente do ar, pode levar a problemas de saúde, incluindo taxas mais altas de insuficiência cardíaca e menor peso médio ao nascer.

“Concentrações elevadas de monóxido de carbono em longo prazo, mesmo que sejam relativamente baixas, afetam a saúde”, disse o Dr. Hendrik Schäfer, professor de Microbiologia da Universidade de Warwick. “Sabe-se que a poluição do ar é um fator muito importante na morbidade, adoecendo as pessoas e levando a mortes prematuras”, destacou o professor.

Embora os cientistas já saibam que existem bactérias no solo que podem decompor o monóxido de carbono, o professor Schäfer e sua colega de trabalho Dra. Jess Palmer queriam explorar se o mesmo era verdade para as comunidades microbianas que vivem na filosfera.

Os pesquisadores desalojaram microrganismos das folhas de azevinho e espinheiro e descobriram que, quando foram selados dentro de um recipiente hermético com monóxido de carbono, o gás tóxico desapareceu gradualmente, sugerindo que os microrganismos estavam decompondo o gás.

A equipe do professor Schäfer então examinou genes específicos dos micróbios em questão, procurando especialmente um gene (chamado coxL) que contém instruções para fazer parte da enzima responsável pela quebra do monóxido de carbono. Eles descobriram que uma ampla gama de bactérias da filosfera codificava essa enzima. Em seguida, usando um banco de dados público contendo genomas conhecidos de microrganismos, os pesquisadores estimaram que cerca de 25% das bactérias da filosfera possuem genes de degradação de monóxido de carbono. “Ficamos bastante chocados, para ser honesto, com o número: 25%, é muito”, disse o professor Schäfer.

A pesquisa demonstrou o importante papel que os microrganismos podem potencialmente desempenhar na redução da poluição do ar, se estiverem atuando como sumidouros de monóxido de carbono na biosfera. “[Os micróbios] provavelmente contribuem de maneiras diferentes do que percebemos anteriormente para a degradação do monóxido de carbono nas cidades. As árvores têm um impacto na qualidade do ar, não apenas porque produzem oxigênio e absorvem dióxido de carbono, mas talvez também porque estão associadas a microrganismos que podem afetar outros gases residuais. Podemos encontrar benefícios potenciais inesperados em árvores com organismos microbianos”, concluiu o professor Hendrik Schäfer.

Acesse a notícia completa na página da Universidade de Warwick (em inglês).

Fonte: Sheila Kiggins, Universidade de Warwick. Imagem: Divulgação, Universidade de Warwick.

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