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Infecção hospitalar: engenheiros validam técnica para controle

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Fonte

Ula Chrobak, Universidade do Colorado em Boulder

Data

quinta-feira, 27 julho 2017 10:00

Áreas

Saúde, Sociedade, Cidade

Uma equipe de pesquisadores da Universidade do Colorado em Boulder, Estados Unidos, encontrou uma maneira simples e econômica para os hospitais melhorarem a técnica de usar salas com pressão negativa para isolar e tratar pacientes. Ao selar uma ala hospitalar completa e ajustar o sistema de ventilação existente, os hospitais podem aumentar drasticamente sua capacidade de conter e tratar um grande número de pacientes com doenças transmitidas pelo ar.

O estudo foi publicado recentemente na revista científica American Journal of Infection Control.

“Você pode aplicar abordagens de engenharia para reduzir a exposição a todos os tipos de poluição do ar”, disse a Dra. Shelly Miller, professora do Programa de Engenharia Ambiental da Universidade do Colorado e autora principal da nova pesquisa. “Eu tenho trabalhado um pouco sobre a forma como evitamos que as doenças infecciosas se espalhem em edifícios e comunidades”.

Sob condições normais no hospital, os agentes patogênicos no ar podem deixar os quartos dos pacientes e se espalhar pelos corredores, ameaçando infectar profissionais e pacientes. As epidemias de doenças aerotransportadas, portanto, exigem um planejamento rápido para conter sua propagação.

“Eu acho que esse recurso poderia ser implementado de forma direta, e com rapidez, com um custo bem atraente e inferior a outras soluções” –  Dra. Shelly Miller

Quando confrontados com a possibilidade de ter que admitir muitos pacientes infectados de uma vez, os hospitais tradicionalmente adquiriram tendas controladas por ventilação, o que pode custar um investimento muito alto. No entanto, hospitais de menor porte podem não ter orçamento para tais medidas, obrigando os pacientes a procurarem hospitais de porte maior.

A Dra. Shelly Miller e seus colaboradores achavam que poderiam resolver esse problema aplicando a experiência da equipe em engenharia de controle da poluição do ar. Os pesquisadores encontraram um hospital na área de San Francisco com um plano para o uso de uma ala com controle da propagação do ar e isso motivou os membros da equipe para testar o plano.

A equipe da Dra. Miller selou a enfermaria com 30 leitos e instalou uma sala pulmão separada por duas portas corta-fogo, garantindo que a ala permanecesse isolada do resto do hospital. Em seguida, eles reduziram o fornecimento de ar para a enfermaria em 60 por cento e bombearam ar para fora da enfermaria (ar de exaustão) na capacidade máxima do sistema de ventilação. Como o ar estava sendo sugado para fora com vazão maior que estava entrando, a enfermaria ficou com pressão negativa em comparação com o resto do hospital.

Durante as próximas 24 horas, os cientistas monitoraram os sensores de pressão do ar localizados nas entradas e dentro da ala, enquanto a área continuava sua operação usual, com equipe de profissionais e pacientes periodicamente entrando e saindo.

Ao longo de todo o período de 24 horas, a ala ficou com pressão negativa. Quando médicos, funcionários e pacientes abriam as portas para a enfermaria, o fluxo de ar acontecia no sentido da enfermaria e portanto nenhum ar escapava no sentido da enfermaria para o resto do hospital.

No entanto, dentro da ala, foi difícil manter o setor dos pacientes em uma pressão negativa maior do que os corredores e salas administrativas. A Dra. Miller explica que isso significa que a equipe do hospital ainda teria que usar equipamento de proteção durante um surto de doenças infecciosas. Ainda assim, ela considera os resultados promissores.

“Eu acho que esse recurso poderia ser implementado de forma direta, e com rapidez, com um custo bem atraente e inferior a outras soluções”, disse a Dra. Shelly Miller.

A maioria dos hospitais já tem planos de ação para o caso de surtos de doenças. Agora, eles também podem incorporar alas de pressão negativa nesses planos. A Dra. Miller disse que seria apenas um planejamento extra por parte da equipe e engenheiros clínicos do hospital. Isso permitiria que pequenos hospitais comunitários se preparassem para evitar a propagação rápida de doenças transmitidas pelo ar.

“Espero que o impacto da minha pesquisa seja melhorar a compreensão do controle de infecções no ar e garantir que possamos manter as pessoas mais saudáveis”, disse a pesquisadora. “Esse é o verdadeiro objetivo do meu trabalho. A poluição no ar faz com que as pessoas adoeçam e morram – como podemos parar isso? ”

Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).

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