Destaque

Clima: equilíbrio do Ártico cada vez mais em risco

Fonte

Universidade de Roma Sapienza

Data

terça-feira, 15 março 2022 21:10

Um novo estudo coordenado pelo grupo de Ecologia Trófica do Departamento de Biologia Ambiental da Universidade de Roma Sapienza, na Itália, lança luz sobre as relações que ligam o clima ao funcionamento dos delicados ecossistemas dos lagos do Ártico, considerados pontos críticos de biodiversidade e sumidouros de carbono nas latitudes mais altas.

A pesquisa, publicada na revista Scientific Reports, foi realizada em colaboração com o Instituto de Ciências Polares e o Instituto de Pesquisa da Água do Conselho Nacional de Pesquisas (CNR) da Itália, combinando a análise de isótopos elementares e estáveis ​​de amostras de animais e plantas com a análise de imagens de satélite e a reconstrução da hidrodinâmica de 18 lagos em 3D nas Ilhas Svalbard.

Os pesquisadores estudaram as fontes de nutrientes nos lagos e traçaram sua transferência pela teia alimentar, relacionando os padrões observados com os aspectos climáticos e hidrodinâmicos dos lagos do Ártico, a neve e a cobertura vegetal e a presença de espécies migratórias características da área do Ártico. Os resultados esclarecem os efeitos diretos e indiretos que essas variáveis ​​relacionadas ao clima têm nas interações entre as espécies e no ciclo de nutrientes (carbono e nitrogênio) nesses ambientes extremos. As evidências obtidas permitem prever que o aumento da temperatura levará a um aumento da carga de nutrientes nesses ecossistemas, com consequências na sua produtividade e nas taxas de liberação de carbono na atmosfera, ambas atualmente limitadas pela falta de nitrogênio e outros elementos.

Gaivotas-marfim (Pagophila eburnea) são encontradas apenas no alto ártico e são as espécies de aves mais raras ao norte de Svalbard. Fonte: Andreas Weith via Wikimedia Commons.

“O estudo, que faz parte de uma linha de pesquisa mais ampla coordenada pela Sapienza no âmbito do Arctic Research Program e do National Research Program in Antarctica, ajuda a entender melhor como o aumento das temperaturas pode afetar a biodiversidade e o funcionamento dos ecossistemas polares e os serviços cruciais que eles realizam local e globalmente, incluindo a própria regulação do clima”, disse o Dr. Edoardo Calizza, pesquisador de pós-doutorado na Universidade de Roma Sapienza.

A abordagem multidisciplinar, que vê biólogos e geólogos colaborarem no campo e no laboratório, no estudo dos lagos do Ártico, representa uma mais-valia para o projeto e permite estudar em detalhe a complexa dinâmica existente entre os fatores bióticos e abióticos, que guiam e restringem a circulação de nutrientes mesmo nestas latitudes.

“A contribuição inovadora para a pesquisa sobre os ecossistemas dos lagos do Ártico é representada pela integração de imagens de satélite e dados de solo para a análise da variabilidade espacial e temporal da cobertura de neve nas ilhas Svalbard, onde o CNR ganhou muitos anos de experiência. O sistema de lagos analisado se insere no território da Península de Brogger, onde está localizada a base científica do CNR”, concluiu o pesquisador.

Acesse o artigo científico completo (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Universidade de Roma Sapienza (em italiano).

Fonte: Universidade de Roma Sapienza. Imagem: Andreas Weith via Wikimedia Commons.

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