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No campus da USP na Cidade Universitária/SP, projeto quer atrair público para realizar práticas sustentáveis
Motivados pela ideia de que é possível e necessário ensinar práticas sustentáveis na Universidade, a professora Dra. Thais Mauad e o professor Dr. Antonio Mauro Saraiva decidiram implementar uma horta comunitária na Cidade Universitária, no bairro do Butantã/SP. Seria uma multiplicação do trabalho realizado na horta que resiste há nove anos na Faculdade de Medicina da USP (FMUSP), onde a Dra. Thais atua. “Mas a ideia original se desdobrou em seis ou sete outras práticas”, contou o professor Saraiva, mostrando o espaço que já conta com cerca de 80 metros quadrados de canteiros produzindo flores, frutas, ervas, legumes e verduras. A ideia deu origem ao USP Sustentabilidade – Programa de Práticas Integradas de Sustentabilidade da USP.
Apoiado pela Superintendência de Gestão Ambiental (SGA) e pela Pró-Reitoria de Cultura e Extensão (PRCEU) da USP, o projeto se alinha com a década de 2021-2030, declarada pela ONU como a Década da Restauração dos Ecossistemas. A intenção é combater a crise climática e melhorar a segurança alimentar, o fornecimento de água e a proteção da biodiversidade.
De acordo com a professora Thais, um levantamento do Instituto Escolhas identificou terrenos ociosos na região de Sapopemba que, sozinhos, poderiam alimentar 80 mil pessoas, se fossem ocupados pela agricultura urbana. “Já estamos vivendo as consequências das mudanças climáticas, a tendência é tudo piorar. Se a gente não mudar o jeito de fazer as coisas, o jeito que a gente tem energia, o jeito como a gente cuida da água e como a gente lida com a nossa própria comida, não vamos dar conta de nos adaptar e mitigar o que vem pela frente”, disse a professora.
Projeto USP Sustentabilidade quer usar conhecimento científico para ser um núcleo de multiplicadores. Fonte: Marcos Santos, USP Imagens.
Saberes coletivos
Em parceria com o Parque de Ciência e Tecnologia da USP, o Cientec, outra proposta do projeto é visitar escolas, levando conhecimentos sobre compostagem. Para isso, também deverão instalar composteiras próximas à horta, assim como um sistema de captação de água da chuva. “Há muito recurso natural ali para ser aproveitado. O que tem de resto de poda, que serve para proteger o solo… muita água cai daquele estádio e a gente tem que aproveitar”, disse a Dra. Thais sobre a arquibancada do estádio do Centro de Práticas Esportivas (Cepeusp), que fica ao lado da horta.
O local também ostenta a primeira piscina construída na Cidade Universitária e que, agora, dá lugar às primeiras abóboras da horta. “Aqui havia uma terra compactada, ruim. Retiramos, fizemos alguns testes e já está produzindo”, apontou Márcia Mauro, engenheira agrônoma do Cepeusp e uma das voluntárias do projeto. “As pessoas têm medo, acham que têm que fazer um curso. A ideia é mostrar que é possível ter uma horta em qualquer lugar. Perdemos essa noção, esse conhecimento”, diz.
Com o retorno das aulas presenciais em 14 de março, a professora Thais e o professor Antonio Saraiva pretendem estimular outros professores a proporem projetos que utilizem o espaço, bem como atrair estudantes que se apropriem e ajudem a cuidar do local. A ideia é ceder canteiros para grupos de estudantes que se responsabilizem pelo cultivo e manutenção. Estudantes do curso de Farmácia da USP estão mantendo sua “farmácia viva”, contou a Dra. Thais, cuidando de dois canteiros com ervas de interesse medicinal.
Acesse a notícia completa na página do Jornal da USP.
Fonte: Tabita Said, Jornal da USP. Imagem: Marcos Santos, USP Imagens.
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