Notícia

Pesquisadores propõem novo método de avaliação do risco para a saúde de misturas químicas

Os pesquisadores concentraram o estudo em 20 produtos químicos industriais que afetam o sistema endócrino e seus metabólitos no sangue e na urina de 1.874 mulheres grávidas

Pixabay

Fonte

Instituto Karolinska

Data

quarta-feira, 23 fevereiro 2022 16:40

Áreas

Microbiologia. Química. Saúde.

Todos os dias, as pessoas estão expostas a um grande número de poluentes, mas o problema de como avaliar os perigos do misturas químicas há muito frustra cientistas e autoridades públicas. Um estudo colaborativo envolvendo pesquisadores do Instituto Karolinska, na Suécia, e publicado na revista Science, apresenta uma nova estratégia que combina estudos populacionais com experimentos usando modelos celulares e animais.

Os pesquisadores concentraram o estudo em 20 produtos químicos industriais que afetam o sistema endócrino e seus metabólitos no sangue e na urina de 1.874 mulheres grávidas. Os níveis foram os mesmos da população em geral. Na primeira fase do experimento, os pesquisadores conseguiram mostrar que a combinação de algumas dessas substâncias estava associada ao atraso no desenvolvimento da linguagem em crianças, o que pode ser um sinal precoce de alteração do neurodesenvolvimento. A mistura crítica continha vários ftalatos, bisfenol A e substâncias perfluoroalquil (PFAS).

A segunda fase do estudo envolveu um grande número de estudos experimentais para compreender a correlação entre essa mistura específica e diferentes mecanismos neurológicos e hormonais. Nesta parte, os pesquisadores aplicaram novos tipos de sistemas de teste usando células cerebrais humanas cultivadas, peixes-zebra e girinos.

Na fase de conclusão do estudo, os resultados dos estudos experimentais foram usados ​​para desenvolver novos princípios para a avaliação de risco de misturas químicas. Os resultados mostraram que cerca de metade das mulheres grávidas no estudo carregavam coquetéis químicos que poderiam aumentar o risco de atraso no desenvolvimento da linguagem em crianças. Por exemplo, os filhos das mulheres com os níveis mais altos medidos do coquetel químico crítico estão 3,3 vezes mais propensos a ter atraso na linguagem do que os das mulheres com os níveis mais baixos.

Efeito mais amplo da mistura química

“As avaliações de risco atuais são baseadas em estudos de substâncias individuais”, disse a Dra. Pauliina Damdimopoulou, professora associada do Departamento de Ciências Clínicas, Intervenção e Tecnologia (CLINTEC) do Instituto Karolinska e uma das autoras do estudo. “Nosso estudo mostra que a mistura pode afetar animais e humanos, mesmo que o nível de exposição de produtos químicos individuais esteja abaixo do limite existente”.

O estudo é resultado do projeto EDC-MixRisk da União Europeia (UE) e foi coordenado pelo Instituto Karolinska, em colaboração com outras universidades suecas (Uppsala, Karlstad, Gotemburgo, Lund, Estocolmo e Örebro) e parceiros na UE e nos EUA.

Segundo os pesquisadores, o estudo mostra como os coquetéis químicos mais nocivos podem ser identificados e como novos métodos de teste podem ser usados ​​para verificar os resultados e entender os mecanismos. “Isso tornará mais fácil priorizar quais poluentes precisam ser tratados e o que procurar em novos produtos químicos”, disse o Dr. Mattias Öberg, coautor do estudo e professor associado do Instituto de Medicina Ambiental do Instituto Karolinska.

Os autores do artigo também defendem uma abordagem multidisciplinar: “Esse tipo de avanço não teria sido possível sem a colaboração de diferentes ciências. Estou convencido de que a abordagem multidisciplinar é essencial para um ambiente quimicamente seguro para as gerações futuras”, concluiu o professor Mattias Öberg.

Acesse o artigo científico completo (em inglês).

Acesse a notícia completa na página do Instituto Karolinska (em inglês).

Fonte: Anna Molin, Instituto Karolinska. Imagem: Pixabay.

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