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Acidificação e aquecimento dos oceanos perturba cardumes de peixes
Pesquisadores da Universidade de Adelaide, na Austrália, descobriram que a forma como os peixes interagem em grupos está sendo perturbada pela acidificação dos oceanos e pelo aquecimento global.
“Os peixes mostram um comportamento gregário e se agrupam em cardumes, o que os ajuda a adquirir alimento e proteção contra predadores. Muitas espécies tropicais gregárias estão mudando para os polos sob o atual aquecimento do oceano e interagindo de novas maneiras com os peixes em áreas mais temperadas.”, disse o Dr. Ivan Nagelkerken, líder do projeto e professor do Instituto Ambiental da Universidade de Adelaide.
Sob condições controladas de laboratório, os pesquisadores avaliaram como as espécies interagiam e se comportavam de novas maneiras com as mudanças de temperatura e acidificação.
A concentração crescente de dióxido de carbono na atmosfera está elevando as temperaturas da superfície dos oceanos e causando sua acidificação. Embora o aquecimento e a acidificação sejam fenômenos distintos, eles interagem em detrimento dos ecossistemas marinhos.
“Descobrimos que as espécies de peixes tropicais e temperadas tendem a se mover para a direita quando se coordenam em um cardume, especialmente quando assustadas por um predador, mas essa tendência diminuiu significativamente com a acidificação do oceano. Cardumes mistos de espécies tropicais e temperadas tornaram-se menos coesos sob as condições climáticas alteradas e mostraram respostas de fuga mais lentas quando na presença de ameaças potenciais”, disse o doutorando Angus Mitchell da Universidade de Adelaide, que realizou os experimentos.
O Dr. David Booth, da Universidade Tecnológica de Sydney (UTS), colaborou no estudo. “Nossas descobertas destacam o efeito direto dos estressores climáticos no comportamento dos peixes e a interação com os efeitos indiretos das novas interações entre espécies”, disse o pesquisador.
A equipe de pesquisadores publicou suas descobertas na revista científica Global Change Biology.
“A forte coesão do cardume e o movimento coordenado afetam a sobrevivência de uma espécie: seja para adquirir comida ou fugir de predadores. Se a capacidade dos peixes de trabalharem juntos for prejudicada, isso pode determinar a sobrevivência de espécies específicas nos oceanos do futuro. As espécies tropicais podem inicialmente se sair mal quando se mudam para novas áreas temperadas”, concluiu o professor Ivan Nagelkerken.
Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).
Acesse a notícia completa na página da Universidade de Adelaide(em inglês).
Fonte: Crispin Savage, Universidade de Adelaide.
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