Notícia

Fogo acelera colapso do permafrost no Alasca ártico

Estudo é o primeiro a calcular o papel do fogo na integridade do permafrost ao longo de sete décadas

Christian Andresen, Universidade de Illinois

Fonte

Universidade de Illinois

Data

segunda-feira, 13 dezembro 2021 11:25

Áreas

Ciência Ambiental. Mudanças Climáticas.

Embora a mudança climática seja o principal fator para a degradação do permafrost no Alasca ártico, uma nova análise de dados de 70 anos revelou que os incêndios da tundra estão acelerando esse declínio, contribuindo desproporcionalmente para um fenômeno conhecido como ‘thermokarst’, o colapso abrupto do permafrost rico em gelo como resultado do descongelamento.

Publicado na revista científica One Earth, o estudo é o primeiro a calcular o papel do fogo na integridade do permafrost ao longo de tantas décadas.

O permafrost ártico é um vasto depósito de matéria vegetal e animal congelada, um estoque de carbono que, se descongelado e degradado, pode mais do que dobrar a quantidade de carbono na atmosfera, disseram os pesquisadores.

“Esse processo por ser muito imprevisível, pois é mal compreendido”, disse a Dra. Yaping Chen, ex-aluna da Universidade de Illinois em Urbana-Champaign, nos Estados Unidos, que liderou a pesquisa juntamente com o Dr. Mark Lara, professor de Biologia Vegetal e de Geografia e Ciência da Informação Geográfica, e o Dr. Feng Sheng Hu, professor emérito de Biologia Vegetal e atual diretor de artes e ciências na Universidade de Washington em St. Louis.

“Com este estudo, estamos avançando em nossa compreensão do ecossistema do permafrost”, disse a Dra. Yaping Chen, agora pesquisadora de pós-doutorado no Instituto de Ciências Marinhas da Virgínia.

A equipe analisou sete décadas de imagens aéreas e de satélite para calcular a taxa de formação de ‘thermokarst’ em diferentes regiões do Alasca ártico. Os pesquisadores também usaram modelagem baseada em aprendizado de máquina para determinar as contribuições relativas das mudanças climáticas, distúrbios do fogo e características da paisagem para os declínios de permafrost observados.

“Descobrimos que a formação de ‘thermokarsts’ se acelerou 60% desde 1950. Embora a mudança climática seja o principal impulsionador da aceleração do ‘thermokarst’, o fogo desempenhou um papel desproporcionalmente grande nesse processo. O fogo queimou apenas 3% da paisagem ártica naquele período, mas foi responsável por mais de 10% da formação de ‘thermokarst’ “, explicou a Dra. Chen.

Os incêndios repetidos nas mesmas áreas continuaram a danificar a tundra, mas não aceleraram ainda mais a formação de ‘thermokarsts’ , descobriram os pesquisadores. O estudo revelou que um único incêndio poderia acelerar a formação de ‘thermokarsts’ por várias décadas.

“Os modelos preveem que o ‘thermokarst’ só vai aumentar com a mudança climática. Além de descongelar o permafrost, o aquecimento do clima seca a tundra, aumentando sua inflamabilidade. Isso torna mais provável que os relâmpagos desencadeiem incêndios, causando ainda mais degradação do permafrost”, explicou o professor Mark Lara.

O degelo e o colapso do permafrost também levam a outras mudanças na paisagem, disse o professor Mark Lara. Por exemplo, lagos situados em depressões permafrost congeladas podem drenar – gradual ou repentinamente – quando o permafrost se degrada.

“A perda do permafrost pode abrir as comportas das mudanças ambientais”, concluiu o pesquisador.

Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Universidade de Illinois (em inglês).

Fonte: Diana Yates, Universidade de Illinois em Urbana Champaign. Imagem: Christian Andresen, Universidade de Illinois.

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