Notícia

Coronavírus contribuiu para aumento de mortes por malária em 2020

Novo Relatório Mundial sobre a Malária da OMS revela que a interrupção de tratamento e programas de saúde específicos para combate à malária durante a pandemia resultou em aumentos consideráveis ​​nos casos e mortes envolvendo a doença entre 2019 e 2020

Lan Andrian/GHSC-PSM via Wikimedia Commons

Fonte

Nações Unidas Brasil

Data

quarta-feira, 8 dezembro 2021 06:30

Áreas

Políticas Públicas. Saúde. Sociedade.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou, no último dia 06 de dezembro, o novo Relatório Mundial sobre a Malária em Genebra. O documento aponta que as interrupções de tratamento da doença devido à pandemia de COVID-19 resultaram em aumentos consideráveis ​​nos casos de malária e mortes entre 2019 e 2020, com 14 milhões novos casos de malária e 69 mil mortes. Dois terços, ou 47 mil, das mortes adicionais por malária foram devido a interrupções no fornecimento de prevenção, diagnóstico e tratamento da malária durante a pandemia.

No início da pandemia, a OMS havia projetado uma duplicação das mortes por malária na África Subsaariana como o pior cenário. No entanto, os dados revelam que houve um aumento estimado de apenas 12% nas mortes na região entre 2019 e 2020.

“A primeira mensagem é uma mensagem de boas notícias. Graças a esforços urgentes e extenuantes, podemos afirmar que o mundo conseguiu evitar o pior cenário de mortes por malária”, disse o diretor do Programa Global da OMS para a Malária, Pedro Alonso, no lançamento do Relatório Mundial sobre a Malária da agência das Nações Unidas em Genebra.

Interrupções nos serviços de malária

O relatório constatou que apenas 58% dos países concluíram suas campanhas planejadas para distribuir redes mosquiteiras tratadas com inseticida em 2020, com a maioria enfrentando atrasos consideráveis.

Globalmente, 72% de todas as redes mosquiteiras com distribuição planejada foram enviadas até o final de 2020. Em 2020, dos 65 países que responderam, 37 países relataram interrupções parciais (entre 5 a 50%) nos serviços de diagnóstico e tratamento da malária.

Em 2021, 15 países relataram interrupções parciais (entre 5 a 50%) e 6 países relataram interrupções graves.

Carga global da malária

O relatório mundial da malária deste ano usou uma nova metodologia para estimar as mortes por malária em todo o mundo. Isso resultou em uma parcela maior (7,8%) de mortes entre crianças menores de cinco anos do que anteriormente registrado (4,8%).

“Temos uma estimativa melhor do fardo real da malária e agora é de 627 mil mortes em 2020”, explicou Pedro Alonso.

O relatório constatou que houve uma redução de 27% na incidência de casos (a cada mil habitantes) de malária de 2000 a 2020, com uma tendência geral de queda na taxa de mortalidade por malária de 2000 até os dias atuais. Isto representou uma redução de 49% na taxa de mortalidade por malária de 2000 a 2020.

O relatório observou que a região africana definida pela OMS registrou cerca de 95% dos casos globais de malária em 2020 e 96% das mortes globais pela doença em 2020.

África Subsaariana

O relatório alerta que a situação continua precária, especialmente na África Subsaariana. Uma convergência de ameaças na região representa um desafio adicional para os esforços de controle de doenças.

Isso inclui surtos de ebola na República Democrática do Congo e na Guiné, conflitos armados e inundações. Ao mesmo tempo, o documento reitera que a pandemia não acabou e o ritmo de recuperação da economia é incerto. Sem uma ação imediata e acelerada, as principais metas para 2030 da estratégia técnica global da OMS para a malária não serão alcançadas e avanços adicionais poderão ser perdidos.

Cumprindo as metas globais de malária

Os objetivos da estratégia incluem uma redução de 90% na incidência global da malária e nas taxas de mortalidade até 2030. O relatório reiterou que isso exigirá novas abordagens e esforços intensificados auxiliados por novas ferramentas e melhor implementação das existentes. Isso inclui uma ênfase mais forte em sistemas de saúde equitativos e resilientes e estratégias baseadas em dados.

O relatório também recomenda a expansão do uso da vacina RTS,S contra a malária, recomendada pela OMS em outubro. “A vacina é viável para distribuição, é segura, tem um impacto na saúde pública e é econômica”, argumentou Pedro Alonso.

“Neste momento, a Global Alliance for Vaccines and Imunization (GAVI Alliance) está discutindo a abertura de uma janela para investimento nesta vacina contra a malária”, concluiu o gestor.

Acesse o Relatório Mundial sobre a Malária (em inglês).

Acesse a notícia completa na página das Nações Unidas Brasil.

Fonte: Nações Unidas Brasil. Imagem: Malária em Madagascar. Fonte: Lan Andrian/GHSC-PSM via Wikimedia Commons.

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