Notícia

Professores do Campus Monte Carmelo da UFU desenvolvem pesquisas sobre tachi-branco

Fonte

UFU | Universidade Federal de Uberlândia

Data

sábado, 30 outubro 2021 17:45

Áreas

Engenharia Florestal.

Pesquisas sobre o tachi-branco têm evidenciado o potencial da madeira para a produção de energia, com poder calorífico compatível com o de espécies tradicionalmente utilizadas, como o eucalipto, afirmou o Dr. Alvaro Soares, professor do curso de Engenharia Florestal do Campus Monte Carmelo da Universidade Federal de Uberlândia (UFU).

Os estudos têm revelado sua forte aptidão para a recuperação de solos degradados, pelo rápido crescimento, produção intensa de serrapilheira (camada acima do solo, rica em nutrientes, formada por matéria orgânica em diferentes fases de decomposição) e também pela sua associação com bactérias fixadoras de nitrogênio atmosférico, o que o torna um fornecedor de nitrogênio ao solo.

O professor Alvaro Soares e e a Dra. Daniele Arriel, também docente do curso de Engenharia Florestal da UFU, participaram do I Workshop Online – Florestas de Tachigali vulgaris (tachi-branco), que aconteceu recentemente. No evento, os professores apresentaram os principais resultados de suas pesquisas com plantios experimentais de tachi-branco no município de Almerim, norte do Pará, implantados pela empresa florestal Jari em parceria com a Embrapa Amazônia Oriental.

Como um dos palestrantes, o pesquisador expôs seu estudo sobre os padrões de crescimento da espécie quando cultivada em plantios puros, a monocultura, e como eles respondem a fatores de manejo, como o espaçamento inicial de plantio e a fatores edáficos (relacionados à composição e à natureza do solo), como a textura do solo.

O Dr. Alvaro Soares afirmou que, em sua pesquisa, os resultados mostraram que os plantios de tachi-branco analisados apresentaram uma produtividade de madeira expressiva, podendo chegar a 25 metros cúbicos por hectare por ano. “O crescimento encontrado para estes experimentos pode ser considerado muito promissor, especialmente por se tratar de uma espécie selvagem, ou seja, que que ainda não passou por nenhum processo de melhoramento genético”, completou o pesquisador.

O estudo recebeu financiamento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). As campanhas realizadas para coleta de dados contaram com o apoio logístico da Embrapa Amazônia Oriental e da Jari Celulose.

Já a Dra. Daniele Arriel compartilhou sua pesquisa sobre o melhoramento genético de Tachigali vulgaris para plantações homogêneas.  Ao estudar testes de procedência e progênie, sua pesquisa mostrou que há potencial de selecionar locais de origem e árvores-matrizes, aquelas fornecedoras de sementes, que geram árvores mais produtivas e com melhor qualidade do tronco.

Para o Dr. Alvaro, iniciativas como o workshop são imprescindíveis para incentivar a disseminação de plantios de espécies madeireiras nativas, fator estratégico para a valorização da flora nacional e para a diversificação da produção florestal do Brasil. “Essa é uma forma de aprendizado mútuo e de compartilhamento de conhecimento entre os pesquisadores que vêm se dedicando a desenvolver a silvicultura desta espécie e de outras espécies arbóreas nativas”, relatou o pesquisador.

As palestras do evento estão disponíveis no canal do Youtube do curso de Engenharia Florestal da Universidade Federal da Amazônia (UFRA).

Acesse a notícia completa na página da UFU.

Fonte: Julia Alvarenga, Portal Comunica UFU. Imagem: Divulgação, UFU.