Destaque

Aumento do desmatamento na Amazônia põe em risco metas climáticas do Brasil

Fonte

Agência FAPESP

Data

sábado, 15 maio 2021 10:20

O aumento do desmatamento ilegal na Amazônia põe em risco as metas de redução das emissões de gases de efeito estufa (GEE) estabelecidas na Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC) do Brasil em 2015, por ocasião da assinatura do Acordo de Paris, e revisadas em dezembro de 2020.

A derrubada de floresta para conversão em pastagens no bioma amazônico tem impulsionado as emissões de GEE do país e se tornou, desde 2017, a principal fonte de geração no Brasil desses gases que contribuem para o aquecimento global, apontaram pesquisadores participantes do webinário “Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC) Brasileira: metas nos setores estratégicos – florestas, agricultura e energia”, realizado pelo Programa FAPESP de Pesquisa sobre Mudanças Climáticas Globais (PFPMCG) no último dia 11 de maio.

“Se o desmatamento continuar, todo o esforço para reduzir as emissões de gases de efeito estufa no Brasil será em vão”, disse Eduardo Assad, pesquisador da Embrapa Informática Agropecuária, durante o evento.

De acordo com dados apresentados pelo pesquisador, até 2016, o setor agropecuário era responsável por 33,2% das emissões de GEE do Brasil e as mudanças de uso da terra, lideradas pelo desmatamento, por 27,1%. A partir de 2017 essa situação mudou e o desmatamento passou a ser a principal fonte de emissões de GEE no país.

Em 2019, as mudanças no uso da terra foram responsáveis por 44% das emissões de GEE do Brasil, contra 28% do setor agropecuário, 19% do energético, 5% dos processos industriais e 4% de resíduos. As mudanças no uso da terra também respondem pelo aumento de 23% nas emissões totais de GEE do país.

O desmatamento causou 94% dessas emissões brutas pelas mudanças no uso da terra e a maior parte (87%) ocorreu na Amazônia, apontou a Dra. Ane Alencar, pesquisadora do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), com base em dados do Sistema de Estimativas de Emissões e Remoções de Gases de Efeito Estufa (SEEG), do Observatório do Clima, publicados no final de 2020.

“As emissões de gases de efeito estufa decorrentes do desmatamento na Amazônia vêm subindo nos últimos anos”, destacou a pesquisadora.

Mais de 50% do desmatamento na Amazônia tem ocorrido em terras públicas, compostas por áreas de floresta não destinadas, terras devolutas, unidades de conservação e terras indígenas.

Nos últimos dois anos, tem ocorrido não só um aumento bastante expressivo de desmatamento como também de registros de Cadastro Ambiental Rural (CAR) nas áreas de florestas públicas não destinadas, que representam aproximadamente 57 milhões de hectares, equivalente a 14% da extensão do bioma, afirmou a Dra. Ane Alencar.

Acesse a notícia completa na página da Agência FAPESP.

Fonte: Elton Alisson, Agência FAPESP.

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