Notícia

Caminhos para descarbonizar a indústria pesada

Produção de aço ‘verde’ será uma etapa crítica para permitir que a indústria pesada mundial reduza suas emissões de gases de efeito estufa

Pixabay

Fonte

Universidade de Adelaide

Data

segunda-feira, 12 abril 2021 15:25

Áreas

Engenharia Ambiental. Gestão Ambiental. Indústria.

No HiTemp Outlook # 2 Report, pesquisadores do Centro de Tecnologia de Energia (CET) da Universidade de Adelaide, na Austrália, em colaboração com alguns dos principais especialistas em energia do mundo, identificaram alguns dos caminhos mais prospectivos para a indústria pesada reduzir suas emissões de dióxido de carbono.

“Estamos desenvolvendo formas acessíveis de produzir materiais, como aço, cimento e alumínio, usando fontes de energia mais verdes”, disse o professor Dr. Gus Nathan, diretor do Centro de Tecnologia de Energia e o Diretor Adjunto do Instituto de Minerais e Recursos Energéticos da Universidade de Adelaide.

“A produção desses materiais consome muita energia e as emissões de gases de efeito estufa associadas são difíceis de reduzir. No entanto, novas tecnologias estão surgindo para permitir que [estes materiais] sejam fabricados usando fontes de energia renováveis em vez de combustíveis fósseis. Isso reduzirá significativamente seu impacto no meio ambiente. A demanda do consumidor por produtos verdes está gerando novos prêmios de mercado que estão começando a impulsionar os investimentos necessários para descarbonizar o setor. A Europa já se comprometeu com [limites de] emissões líquidas de gases de efeito estufa até 2050 e está começando a introduzir um imposto de fronteira sobre o carbono para produtos intensivos em carbono. China e Reino Unido têm metas e abordagens comparáveis”, destacou o professor Gus Nathan.

Lançado oficialmente no dia 12 de abril, o HiTeMP Outlook # 2 Report foi publicado pela Universidade de Adelaide após o segundo HiTemp Forum, um grupo de reflexão mundial que envolveu especialistas internacionais da indústria, pesquisa, governo e comunidade para traçar o caminho para setor industrial pesado para um novo futuro de baixo carbono líquido.

“A escala da tarefa é imensa, mas por meio da colaboração, a indústria, os parceiros de pesquisa e o governo podem promover tecnologias inovadoras necessárias para fortalecer as indústrias pesadas da Austrália e sua transformação para operar com sucesso em uma futura economia de baixo carbono. Existem oportunidades de transição das indústrias de ferro/aço, alumina/alumínio e cimento/cal – maiores contribuintes para as emissões industriais de gases de efeito estufa – para usar hidrogênio verde, eletricidade verde e energia solar térmica para aquecimento em vez de combustíveis fósseis. O objetivo é fazer a transição do setor da indústria pesada para que forneça produtos usando energia verde e agregue valor às nossas exportações de minério por meio de mercados emergentes para produtos verdes”, disse o Dr. Gus Nathan.

“O Hidrogênio verde – hidrogênio produzido a partir de energia renovável – é a rota de longo prazo mais plausível para produzir aço ‘verde’, mas ainda não está disponível em escala ou custo suficientemente baixo, de modo que o hidrogênio azul também será necessário. Como o hidrogênio também é relativamente caro para armazenar e transportar, é desejável produzi-lo e usá-lo no mesmo local que os minérios. Colocando hidrogênio, instalações de mineração e produção de ferro, uma vantagem de custo de duas a quatro vezes deve ser alcançada em relação ao transporte de minério e hidrogênio. O transporte de produtos de ferro também é cerca de 20% mais barato do que o transporte de minério de ferro bruto”, explicou o pesquisador.

“A Austrália tem uma grande vantagem de acesso a fontes de hidrogênio verde e azul. Além da energia solar e eólica, possui abundantes reservas de gás natural que podem ser exploradas para produzir hidrogênio em escala por meio de processos já comercializados. Identificamos que existem muitas sinergias entre ferro, aço e os demais processos industriais de alta temperatura, como cimento, cal e alumina. Fazer a transição da indústria pesada como um todo para um futuro descarbonizado, conforme identificado no relatório HiTemp Outlook # 2, será mais barato do que lidar com uma indústria de cada vez. Isso acontece porque muitas tecnologias e desafios são de interesse comum entre essas indústrias aparentemente diferentes”, concluiu o professor Nathan.

Acesse a notícia completa na página da Universidade de Adelaide (em inglês).

Fonte: Crispin Savage, Universidade de Adelaide. Imagem: Alto-forno. Fonte: Pixabay.

Os comentários constituem um espaço importante para a livre manifestação dos usuários, desde que  cadastrados no Canal Ambiental e que respeitem os Termos e Condições de Uso. Portanto, cada comentário é de responsabilidade exclusiva do usuário que o assina, não representando a opinião do Canal Ambiental, que pode retirar, sem prévio aviso, comentários postados que não estejam de acordo com estas regras.

Leia também

2025 ambiental t4h | Notícias, Conteúdos e Rede Profissional em Meio Ambiente, Saúde e Tecnologias

Entre em Contato

Enviando
ou

Fazer login com suas credenciais

ou    

Esqueceu sua senha?

ou

Create Account