Notícia

Técnica de edição genética CRISPR pode melhorar produção de alimentos frente às mudanças climáticas

Estudo de revisão recomendou a integração da edição do genoma CRISPR-Cas9 em programas modernos de melhoramento de culturas de cereais

Divulgação, 'Queensland Alliance for Agriculture and Food Innovation' da Universidade de Queensland

Fonte

Universidade de Queensland

Data

sábado, 27 fevereiro 2021 12:55

Áreas

Agricultura. Biotecnologia. Mudanças Climáticas.

A tecnologia de edição genética desempenhará um papel vital em safras futuras à prova de clima para proteger os suprimentos globais de alimentos, de acordo com cientistas da Universidade de Queensland, na Austrália.

A Dra. Karen Massel, biotecnologista do Center for Crop Science da Universidade de Queensland, publicou uma revisão de tecnologias de edição de genes, como CRISPR-Cas9, para salvaguardar a segurança alimentar em sistemas agrícolas sob estresse de condições climáticas extremas e variáveis. O estudo foi publicado na revista científica Theoretical and Applied Genetics.

“Os fazendeiros têm manipulado o DNA das plantas usando tecnologias convencionais de melhoramento por milênios e agora com novas tecnologias de edição de genes, podemos fazer isso com segurança, precisão e velocidade sem precedentes. Este tipo de edição de genes imita a maneira como as células se reparam na natureza”, disse a Dra. Massel.

O estudo de revisão recomendou a integração da edição do genoma CRISPR-Cas9 em programas modernos de melhoramento de culturas de cereais. Culturas de cereais ricas em energia, como trigo, arroz, milho e sorgo, fornecem dois terços da ingestão mundial de energia alimentar.

“Apenas 15 safras de plantas fornecem 90% das calorias alimentares mundiais. É uma corrida entre um clima em mudança e a capacidade dos agricultores de produzir safras com resiliência genética que cresçam bem em condições adversas e com qualidades nutricionais enriquecidas. O problema é que leva muito tempo para que os criadores detectem e disponibilizem essa diversidade genética aos agricultores, com um ciclo reprodutivo médio de cerca de 15 anos para as culturas de cereais. Além disso, a CRISPR nos permite fazer coisas que não podemos fazer por meio do cruzamento convencional em termos de geração de nova diversidade e melhoria do cruzamento para características desejáveis.”, disse a Dra. Karen Massel.

Em estudos de prova de conceito, a Dra. Massel e colegas da Queensland Alliance for Agriculture and Food Innovation (QAAFI) aplicaram tecnologia de edição de genes a programas de pré-melhoramento de sorgo e cevada.

“No sorgo, editamos os genes da planta para desbloquear o nível de digestibilidade da proteína disponível e aumentar seu valor nutricional para humanos e animais. Também usamos a edição de genes para modificar a arquitetura do dossel e da raiz do sorgo e da cevada, para melhorar a eficiência do uso da água”, destacou a pesquisadora.

A pesquisa da Dra. Karen Massel também comparou as diferentes sequências do genoma dos cereais – incluindo variantes selvagens e ancestrais dos cereais modernos – às diferenças no desempenho da cultura em diferentes climas e sob diferentes tipos de estresse: “Variedades selvagens de safras de produção servem como reservatório de diversidade genética, o que é especialmente valioso quando se trata de resiliência climática”, disse a especialista.

“Estamos procurando genes ou redes de genes que irão melhorar a resiliência em climas de cultivo adversos. Uma vez que uma variante viável do gene é identificada, o truque é recriá-la diretamente em safras cultivadas de alto desempenho, sem interromper o delicado equilíbrio da genética relacionada às características de produção. Esses tipos de mudanças podem ser tão sutis que são indistinguíveis das variantes naturais que as inspiraram”, concluiu a pesquisadora.

As safras editadas por genes ainda não são cultivadas na Austrália, mas avaliações de biossegurança e risco de segurança da tecnologia estão sendo realizadas.

Recentemente, a Embrapa publicou em seu Canal do Youtube um vídeo sobre este tema, com o título “Edição Gênica: como a inovação que ganhou o Nobel pode revolucionar a agricultura?“.

Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Universidade de Queensland (em inglês).

Fonte: Universidade de Queensland. Imagem: Dra. Karen Massel. Fonte: Divulgação, ‘Queensland Alliance for Agriculture and Food Innovation’ da Universidade de Queensland.

 

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