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Estudo que investiga a relação entre chuvas, plantas, formigas e herbívoros ganha destaque em revista britânica
Estudo que mostra como a variação climática afeta o convívio entre plantas, formigas e herbívoros é capa na edição de fevereiro da revista científica Journal of Ecology.
Os pesquisadores Dr. Kleber Del-Claro e Letícia Rodrigues Novaes, ambos da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), em parceria com outros profissionais da área de Ecologia da Universidade de São Paulo (USP/Campus Ribeirão Preto), Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) e Misión Biológica de Galicia (Espanha), investigam a relação de mutualismo entre formiga e planta, que sofre alteração de acordo com a temperatura do ambiente e chuvas.
Uma relação mútua entre dois seres é uma associação na qual ambos se beneficiam. Nesse caso, as plantas liberam néctar extrafloral, uma substância gerada por uma glândula que não está associada à polinização, mas que atrai formigas. Esses insetos, em troca do néctar oferecido, protegem as plantas contra os herbívoros.
Por um ano, os pesquisadores observaram as folhas, botões, flores e frutos formados por plantas oriundas do bioma cerrado, que apresentaram mudanças na produção de néctar extrafloral e no padrão de comportamento dos seres próximos a elas. O motivo disso é a condição climática.
Os estudos apontam que o período chuvoso, de setembro a abril, proporciona maior produção de néctar extrafloral pelas plantas, ocasionando o aumento da concentração de formigas, que sobem nas plantas para se alimentarem e matam ou perseguem os herbívoros. Assim, elas protegem as folhas e os frutos da vegetação.
‘’Após o surgimento das angiospermas (plantas com flores), as interações entre plantas e animais se tornaram fundamentais para a explosão de vida na Terra. Essas plantas fazem parte da base de toda nossa cadeia alimentar. Nós não existiríamos sem elas’’, explicou o Dr. Kleber Del-Claro, biólogo e professor da UFU.
Quanto mais plantas juntas, mais formigas e menos predadores herbívoros, como as lagartas e borboletas, ou seja: mais proteção à vegetação. Esta conclusão proporciona melhor entendimento aos cientistas sobre o assunto e oferece dados importantes para a preservação da biodiversidade.
Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).
Acesse a notícia completa na página da UFU.
Fonte: Laura Justino, Portal Comunica UFU.
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