Notícia
Depois de elevação entre 2014 e 2016, emissões de CFC-11 voltam a cair
Emissões de CFC-11, que destrói a camada de ozônio, caíram rapidamente após um pico inesperado observado anteriormente
Divulgação
Uma equipe de pesquisadores internacionais analisou medições globais do clorofluorocarbono químico – destruidor da camada de ozônio – CFC-11. A análise envolveu o uso de modelos atmosféricos detalhados para remover os efeitos das variações meteorológicas naturais.
Os cientistas descobriram que, cinco anos após um aumento inesperado nas emissões do gás (que estavam relacionadas à China), as emissões caíram drasticamente entre 2018 e 2019.
A reviravolta abrupta do CFC-11 – cuja produção deveria ter sido descontinuada em todo o mundo até 2010 – é revelada em um artigo publicado na revista científica Nature.
“Esta é uma boa notícia. Foi surpreendente detectar o recente declínio rápido nas emissões de CFC-11, mas muito bem-vindo. O alarme lançado pela comunidade científica em 2018 teve um impacto positivo e podemos esperar a continuação da reparação da camada de ozônio”, disse o Dr. Martyn Chipperfield, coautor da pesquisa e professor da Escola da Terra e Meio Ambiente da Universidade de Leeds e do Centro Nacional de Observação da Terra, no Reino Unido.
O Dr. Wuhu Feng, também coautor do estudo e professor da Universidade de Leeds, acrescentou: “Este trabalho mostra a importância de manter redes de observação global e capacidades de modelagem para que possamos detectar e compreender essas mudanças atmosféricas”.
O CFC-11 foi originalmente desenvolvido na década de 1930 e amplamente utilizado em geladeiras, aerossóis e isolamento térmico. Mas, na década de 1980, os cientistas observaram que o gás seria o responsável por causar o esgotamento da camada de ozônio – que nos protege da luz ultravioleta prejudicial – de forma mais dramática, com no grande ‘buraco’ [na camada de ozônio] sobre a Antártica.
Um tratado global juridicamente vinculativo – o Protocolo de Montreal de 1987 – exigia que a produção e o comércio do CFC-11 fossem eliminados até 2010. Com o cumprimento do protocolo, a pesquisa prevê que o ‘buraco’ sobre a Antártica poderá ser totalmente consertado até 2060.
No entanto, há dois anos, um aumento inesperado nas emissões de CFC-11 foi detectado e atribuído à produção de isolamento de poliuretano nas províncias do leste da China. Os membros do tratado pediram ação imediata, e a China anunciou novas medidas de fiscalização e inspeção, com cientistas monitorando os resultados.
A queda acentuada resultante nas emissões foi detectada por duas redes independentes de observação, o Laboratório de Monitoramento Global, administrado pela ‘Administração Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos’ (NOAA), e o Experimento de Gases Atmosféricos Globais Avançados (AGAGE, da sigla em inglês). A modelagem atmosférica global da Universidade de Leeds foi usada para ajudar a derivar a mudança nas emissões de CFC-11.
O Dr. Stephen Montzka, um cientista atmosférico da NOAA, liderou a equipe de pesquisa que primeiro documentou o pico de 2018. A equipe de pesquisa liderada pelo Dr. Montzka anunciou que, de 2014 a 2016, as emissões de CFC-11 aumentaram em mais de 13.000 toneladas por ano para cerca de 59.000 toneladas.
Os novos resultados mostram que, de 2018 a 2019, as emissões de CFC-11 diminuíram globalmente em 18.000 toneladas. As emissões anuais atuais agora parecem ter voltado aos níveis anteriores a 2012.
Os próximos anos também verão a eliminação de outras duas famílias de produtos químicos – hidrofluorocarbonos e hidroclorofluorocarbonos (HFCs e HCFCs) – que substituíram as principais substâncias destruidoras da camada de ozônio e que causam menos danos à camada de ozônio, mas como os CFCs ainda são gases de efeito estufa muito potentes que contribuem para as mudanças climáticas. Será importante monitorar, por meio de observação atmosférica e modelagem, se essas eliminações ocorrerão conforme o esperado.
Acesse o artigo científico completo (em inglês).
Acesse a notícia completa na página da Universidade de Leeds (em inglês).
Fonte: Ian Rosser, Universidade de Leeds. Imagem: Divulgação.
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