Notícia

Pesquisa da UEG cria bioinseticida à base de Neem

Primeiros resultados mostraram que o produto conseguiu controlar diversos estágios da Helicoverpa armigera, uma lagarta que causa estragos em lavouras como milho, soja e algodão

Pixabay

Fonte

UEG | Universidade Estadual de Goiás

Data

terça-feira, 2 fevereiro 2021 08:20

Áreas

Agricultura. Biotecnologia.

Uma pesquisa realizada no Programa de Pós-Graduação em Recursos Naturais do Cerrado (Renac) da Universidade Estadual de Goiás (UEG) traz inovação ao mercado de combate às pragas. Os pesquisadores desenvolveram um bioinseticida à base de Neem, planta de origem asiática.

Segundo a professora Dra. Joelma Abadia, orientadora e coordenadora do projeto, a semente da planta conhecida como Neem (Azadirachta indica A.Juss.) possui constituintes químicos com atividade inseticida, reconhecida pelas culturas populares e por estudos científicos. “Essa planta é nativa da Índia, mas foi muito bem adaptada ao clima brasileiro, crescendo em vários estados, do nordeste ao sul do Brasil”, salientou. A pesquisadora explica que os constituintes da semente da planta, especialmente a azadiractina, têm alto poder inseticida e são biodegradáveis, com baixa durabilidade no ambiente. “Por isso, escolhemos essa planta como nosso objeto de estudo. Nossa pesquisa buscou desenvolver um bioproduto à base de extratos microencapsulados das sementes de Neem”, explicou a pesquisadora.

A Dra. Joelma disse que os primeiros resultados mostraram que o produto conseguiu controlar diversos estágios da Helicoverpa armigera, uma lagarta que causa estragos em lavouras como milho, soja e algodão. “Por isso avançamos para o aperfeiçoamento da tecnologia de produção do extrato microencapsulado e para os estudos em semi-campo, inclusive estamos testando em outras espécies de insetos-praga além da Helicoverpa”, ressaltou.

Para chegar ao resultado do bioinseticida, os pesquisadores utilizaram a microencapsulação por spray drying que, segundo eles, pode proporcionar uma liberação mais lenta do produto na natureza, além de protegê-lo da ação dos raios ultravioletas do sol.  A professora Joelma diz que, dessa forma, o produto terá mais tempo para agir e ainda assim manterá suas propriedades biodegradáveis, não se acumulando no ambiente, pois os adjuvantes utilizados no processo de microencapsulação são biodegradáveis também. “Outros produtos semelhantes foram lançados no mercado, mas não com a tecnologia e com os excipientes que nós utilizamos. Nosso produto será de fácil manuseio e aplicação em campo”, destacou.

Duas patentes foram depositadas com o objetivo de proteger a tecnologia de produção das microcápsulas produzidas. Além das patentes, os pesquisadores publicaram dois artigos científicos em periódicos e os trabalhos foram apresentados em eventos científicos nos últimos quatro anos.

A expectativa dos pesquisadores é que o bioinseticida criado por eles, por degradar com maior velocidade que os produtos sintéticos, tem grande potencial para contribuir de forma concreta, sustentável e segura com o controle de insetos-praga, levando à redução do uso de agrotóxicos convencionais. “A introdução desse produto como parte das estratégias de controle de pragas, o chamado Manejo Integrado de Pragas (MIP), visa justamente reduzir o uso de agrotóxicos convencionais, com a utilização conjunta de diversas práticas e cuidados”, salientou a Dra. Joelma, destacando que o produto é uma alternativa viável para a agricultura, com baixo impacto ao meio ambiente e à saúde humana.

De acordo com a pesquisadora, o produto pode contribuir em outras aplicabilidades, como controle de pulgas e carrapatos em animais domésticos e de corte, entre outras. “Obviamente, para quaisquer destas aplicabilidades serão realizados os ensaios que garantam eficácia, segurança e qualidade exigidos pelas agências reguladoras brasileiras antes do bioproduto ser lançado no mercado. Esses são os nossos próximos desafios”, concluiu a Dra. Joelma Abadia.

Acesse a notícia completa na página da UEG.

Fonte: Dirceu Pinheiro, Comunicação Setorial da UEG. Imagem: Pixabay.

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