Notícia

O caráter multidisciplinar do curso de Gestão Ambiental da USP

Portal Ambiental

Fonte

Jornal da USP

Data

sexta-feira, 24 novembro 2017 10:00

Áreas

Gestão Ambiental, Sustentabilidade

Nos últimos 25 anos, a área ambiental tem se expandido. Seguindo tendências sociais e a busca pela resolução de alguns problemas econômicos, a população tem mirado para a manutenção do meio ambiente como um todo. Seja em esferas públicas, privadas ou no meio empreendedor, o anseio sustentável faz crescer a demanda por profissionais ligados ao ecossistema, como, por exemplo, os gestores ambientais.

Fundado em 2002, na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP em Piracicaba, o bacharelado em Gestão Ambiental foi o primeiro curso desse tipo no Brasil. A graduação visa a formar um profissional capacitado para atuar em áreas administrativas, desenvolvimentistas, organizacionais e projetistas referentes ao meio ambiente.

Três anos depois, em 2005, com a criação da Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH) da USP, o curso também passou a ser oferecido na capital. Sob a tutela do professor Dr. Waldir Mantovani, implementou-se um caráter multidisciplinar e o enfoque técnico-científico à Gestão Ambiental.

A EACH tornou-se responsável por formar profissionais voltados para áreas da ciência social e da natureza; a Esalq, gestores e administradores dos campos ambientais e da terra.

A multidisciplinaridade do Campus Leste

“A área ambiental depende de conhecimentos muito distintos vindos de diversos nichos diferentes”, comenta o Dr. Andrea Cavicchioli, coordenador do curso de Gestão Ambiental na EACH. “É preciso ter uma visão do meio ambiente por distintos ângulos, seja o da química, biologia, geologia, antropologia, ciências humanas ou da relação homem-natureza, por exemplo.”
Com tantas esferas para avaliação de uma mesma circunstância, a graduação foi pensada para agregar profissionais que viessem dessas diferentes áreas. Segundo Cavicchioli, o objetivo é que o estudante adquira todos os conhecimentos necessários para futuramente ingressar em uma especialização ambiental.

“Por exemplo, para entendermos o tópico ‘agrotóxicos’ deve haver familiaridade com o lado físico da questão, que representa o que é tal substância e como ela se comporta. Há também uma relação com a legislação — permissões, regras e proibições para seu uso. Para finalizar, encontramos o lado social, referente aos problemas e razões que induzem à utilização de agrotóxicos, como as demandas econômicas”, explica o coordenador do curso.

Visando à devida interdisciplinaridade, o curso na EACH constitui-se em três grandes eixos: o das Ciências Exatas e Biológicas, o das Humanas Tradicionais e o do conjunto de disciplinas voltadas para Gestão — um núcleo obrigatório para a formação do aluno, tanto com conteúdos específicos quanto gerais.

Além da parte acadêmica, o caráter social que objetiva solucionar demandas da população local está presente na graduação. Assim como em todos os cursos da EACH, busca-se a formação cidadã do estudante, preenchendo lacunas de ensino e estabelecendo um olhar humano a partir de seu ingresso.

Outra metodologia usada na graduação é o Aprendizado Baseado em Problema (Problem Based Learning), no qual se questiona o aluno, apresentando um dilema, em busca da aquisição própria daquele conhecimento. Tal método foi adaptado para a Gestão Ambiental, aplicado na resolução de problemas ambientais específicos.

O caráter gestor do interior

No curso da USP em Piracicaba , 34 das 43 disciplinas presentes na grade obrigatória são voltadas diretamente à área de Ciências Ambientais, da Terra, Gestão e Administração. A graduação é focada em capacitar os alunos a estabelecer políticas públicas e atuar na manutenção de equipes durante a resolução de questões ambientais.

“É esperado do gestor ambiental, formado aqui na Esalq, que ele trabalhe na gerência, tome decisões visando à sustentabilidade e construa políticas públicas para minimizar o impacto do homem sobre o meio ambiente”, aponta a Dra. Taciana Villela Savian, coordenadora do curso em Piracicaba. “Essas práticas envolvem o planejamento, a organização e a orientação de instituições, públicas e privadas, que se propõem a alcançar metas ambientais específicas.”

Mesmo com o foco administrativo, o curso da Esalq disponibiliza cerca de 50 disciplinas optativas aos futuros gestores. Com a oportunidade, os alunos podem expandir seus conhecimentos para as mais distintas áreas relacionadas ao meio ambiente.
“Em resumo, a graduação em Gestão Ambiental prega a relação harmônica entre homem e natureza. Desta forma,o profissional vai pensar o uso de recursos ambientais de forma sustentável, sem a promoção da degradação e esgotamento de biomas, independentemente do rumo escolhido na graduação”, completa Taciana.

Áreas de Atuação

Com a conclusão da graduação e o desenvolvimento de diversas habilidades durante os anos de curso, o gestor ambiental encontra um amplo campo de atuação no mercado.

Indo de setores públicos e privados à participação em ONGs ambientais, o recém-formado ganha espaço para trabalhar no planejamento, desenvolvimento e coordenação de projetos ambientais — que abrangem áreas como o reaproveitamento de resíduos sólidos, reciclagem, manejo hídrico, sustentabilidade, criação de relatórios, diagnósticos e certificações materiais que auxiliam na circulação de produtos no mercado, entre outras.

A área acadêmica também é muito atrativa aos gestores ambientais. Na capital, cerca de 49% dos alunos permanecem estudando, buscando desenvolver dissertações e teses. Os temas mais abordados são sustentabilidade, ciência ambiental, geografia e mudança social. No interior, a pós-graduação foi realizada por 56,2% dos formados. O objetivo é aprimorar os conhecimentos adquiridos durante o curso.

Acesse a reportagem completa.

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