Notícia
Microplásticos são encontrados pela primeira vez em pinguins na Antártida
A poluição por microplásticos já chegou à Antártida, revela um estudo da Universidade de Coimbra publicado na revista Scientific Reports, do grupo Nature
José Xavier/UC
Fonte
UC | Universidade de Coimbra
Data
quarta-feira, 2 outubro 2019 11:00
Áreas
Biologia, conservação, Ciência e Monitoramento Ambiental.
Uma equipe de pesquisadores do Centro de Ciências do Mar e do Ambiente (MARE) da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) encontrou, pela primeira vez, microplásticos em pinguins da Antártida, confirmando que este tipo de poluição já entrou na cadeia alimentar marinha.
Ao analisarem a dieta de pinguins gentoo Pygocelis papua em duas regiões da Antártida, os pesquisadores observaram que 20% das 80 amostras de fezes das aves continham microplásticos (partículas de plástico menores que 5mm de comprimento) de diversas tipologias, formas e cores, o que indica uma grande variedade de possíveis fontes destes microplásticos.
A poluição marinha por plásticos é reconhecidamente uma ameaça aos oceanos em todo o mundo mas só recentemente tem havido um aumento do esforço científico sobre microplásticos. Em zonas mais remotas do planeta, como a Antártida, esperava-se que a presença de microplásticos fosse muito reduzida, embora estudos recentes já tenham encontrado microplásticos em sedimentos e nas águas do Oceano Antártico.
Para a Dra. Filipa Bessa, autora principal do artigo, “é alarmante que microplásticos já tenham chegado à Antártida. O nosso estudo é o primeiro a registar microplásticos em pinguins e na cadeia alimentar marinha Antártica”. A pesquisadora aponta que “a variedade de microplásticos encontrados nos pinguins poderá indicar diferentes fontes de poluição, indiciando uma difícil solução para este problema.”
Por outro lado, o Dr. José Xavier, autor sênior do artigo, afirma que “este estudo vem no momento certo, pois os microplásticos podem causar efeitos tóxicos nos animais marinhos e nada se sabe sobre o que eles poderão provocar nos animais da região Antártica.”
Por isso, salienta o também docente do Departamento de Ciências da Vida da FCTUC, “esta descoberta é de muita importância para desenvolver novas medidas para reduzir a poluição na Antártida, particularmente relacionada com plásticos, podendo servir de exemplo para outras regiões do mundo.”
Acesse a notícia na página da Universidade de Coimbra.
Fonte: Cristina Pinto, FCTUC. Imagem: José Xavier.
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